sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

As cinco estações da “via sacra” por um loteamento nas Sete Fontes.


Entre 2007 e 2013 foram sete anos em que a Vilaminho elaborou e apresentou na Câmara Municipal de Braga e no Ministério da Cultura cinco projetos de loteamento nos terrenos envolventes às Sete Fontes. O PDM contemplava expansão urbana nos terrenos e nunca ninguém disse que não era possível construir. Inclusive, técnicos municipais e do Instituto de Gestão do Património foram sugerindo ajustamentos. Contamos toda a verdade.



Terreno Sete Fontes


Em 1994, a Câmara Municipal de Braga (CMB) e o Governo de Cavaco Silva aprovaram e ratificaram o Plano Diretor Municipal (PDM) de Braga, que classificou os terrenos envolventes às Sete Fontes como sendo de solo urbano e urbanizável com aptidão construtiva de alta/média densidade.
Só dois anos depois, em 14 de maio de 1996, é que a Vilaminho – Inovação Imobiliária, SA comprou duas parcelas de terreno, com uma área total de 58 mil metros quadrados, praticamente contíguas e localizadas no sítio de Sete Fontes, na freguesia de S. Victor, em Braga.
Em 2007 a Vilaminho teve condições para apresentar na CMB a primeira proposta de loteamento para os terrenos em causa que integravam a área de expansão urbana da cidade. Começou aí o verdadeiro calvário burocrático…

Estratagemas habilidosos…

O Departamento de Urbanismo da CMB e o IGESPAR, na sequência das sucessivas propostas de urbanização apresentadas pela Vilaminho, nunca negaram a possibilidade de concretização do projeto, ainda que nunca o tenham validado.
Além disso, foram sugerindo correções às propostas, que a Vilaminho prontamente sempre satisfez, mas que a edilidade propunha indeferir, pedindo sempre mais esclarecimentos e correções a conta-gotas, claramente num intuito de protelar a aprovação final. Eis o calvário! Num ato de verdadeiro desrespeito, ludibriando o munícipe e os seus direitos.
Entretanto, estando a CMB a elaborar um estudo urbanístico prévio para o Parque das Sete Fontes, que se arrastou por anos e nunca foi concluído, a Vilaminho foi acompanhando a sua elaboração, apresentando as adaptações necessárias para que o seu projeto fosse completamente ao encontro do pretendido pelo município para o local. Mesmo assim, a edilidade arranjou sempre estratagemas habilidosos de arrastar o processo, ao ponto de ao ponto de, na última audiência, ter ficado claro para a Vilaminho que, por mais que tentasse corrigir o projeto, jamais seria aprovado pela CMB Mas o técnico municipal não concretizou os reais motivos. Mais uma clara demonstração de falta de respeito pelo munícipe.

Sete Fontes


Valorizar o monumento

O projeto de loteamento em causa integrava duas parcelas de terreno com cerca de 3,3 hectares. A Vilaminho, tal como todos os bracarenses que amam a sua cidade, reconhece o valor histórico do complexo das Sete Fontes. Como tal, em todas as suas propostas, teve o cuidado urbanístico de valorizar o monumento e respeitar as zonas “non aedificandi” de proteção ao aqueduto das Sete Fontes, classificado, entretanto, como monumento nacional (26 de maio de 2011).
Mais: no decorrer das propostas de urbanismo, a Vilaminho encomendou, a expensas suas, um levantamento arqueológico e hidrológico do local, estudos que o município sempre protelou, quando eram da sua responsabilidade e deveriam ter sido feitos previamente aos estudos urbanísticos que a CMB estava a desenvolver. Nenhum destes estudos defendeu a impossibilidade da concretização de urbanização dos terrenos.
Desde o primeiro pedido de licenciamento de urbanização e subsequentes propostas de aditamento em resposta aos ofícios da CMB, que as atitudes e decisões da edilidade, sem qualquer tipo de inibição, defraudaram as expectativas e impediram a Vilaminho de exercer a sua atividade num terreno que é seu, por direito, e foi adquirido para urbanizar atendendo que o PDM previa esses terrenos como zona de expansão urbana. Vejamos o histórico do processo:

12-11-2007 _ O primeiro pedido de licenciamento

A Vilaminho inicia os seus projetos de promoção imobiliária e respetivos licenciamentos de loteamento para as suas parcelas de terreno.
Em 09-01-2008, o IPPAR, em ofício remetido ao presidente da Câmara de Braga, pronunciou-se desfavoravelmente em relação ao projeto apresentado, alegando, entre outras coisas, que “implicaria um impacto muito significativo sobre o conjunto classificado”.
Por despacho do Presidente da Câmara, de 25-02-2008, o projeto foi indeferido. No ofício em que notificou a Vilaminho, o Presidente Mesquita Machado informou que o Departamento de Urbanismo estava a “reformular o estudo urbanístico elaborado para o local, condicionando o aproveitamento urbanístico dos terrenos em causa”.
Ao mesmo tempo, juntou “a planta de condicionantes do referido estudo urbanístico”, na perspetiva de a Vilaminho “reformular o projeto e solicitar de novo o parecer do Ministério da Cultura e a aprovação da Câmara”.

21-04-2008 _ O segundo pedido de aprovação do projeto de licenciamento

A Vilaminho e o seu parceiro Amândio Carvalho apresentam na Câmara de Braga novo pedido de “aprovação do projeto de loteamento” com cópia do processo para colher parecer junto do IPPAR.
Em 14-06-2008, a Câmara Municipal informa que o seu Gabinete de Arqueologia considera que a atribuição de alvará de licenciamento a este processo seja condicionada à “inclusão do Plano de Trabalhos Arqueológicos devidamente autorizados pelo IGESPAR”. 
Em 20-06-2008, o IGESPAR dá parecer desfavorável ao projeto em causa, ainda que tenha considerado que este apresentava melhorias em relação ao projeto antecedente, nada referindo, porém, quanto às condições que permitiriam uma reapreciação positiva. Apenas acrescentou que o projeto em análise colidia com o estudo municipal do Parque Urbano das Sete Fontes, alegadamente em elaboração.
Um ano depois (!), em 15-06-2009, o Município de Braga notifica a Vilaminho do indeferimento do projeto apresentado “pelas razões expressas no parecer da Delegação Regional de Cultura do Norte”, por colidir “com o estudo que está a ser levado a efeito para o denominado Parque Urbano das Sete Fontes”.

04-11-2010 _ O terceiro pedido de licenciamento

A Vilaminho apresenta no Município um novo projeto de loteamento, sendo notificada em 20-11-2010, pelo IGESPAR, com parecer não favorável, indicando que a proposta continuava “a merecer algumas reservas, nomeadamente no que respeita à volumetria dos edifícios”, pese embora “a estrutura viária proposta e a forma de implantação dos edifícios possa vir a ter alguma viabilidade”. (sobressaindo da informação técnica a proposta de redução de número de pisos dos edifícios e remetendo para o estudo CMB.”
Em 20 de janeiro de 2011, e atendendo a que o IGESPAR apenas tinha feito reparos à volumetria, não discordando da implantação e da afetação atribuída aos lotes, a Vilaminho requer diretamente ao IGESPAR parecer prévio à nova proposta de urbanização, já com a redução de número de pisos dos edifícios, para, em caso de parecer favorável, transmiti-lo à CMB. Todavia, o IGESPAR não respondeu dentro do prazo legal, tendo ocorrido o respetivo deferimento, tanto mais que o parecer anterior já era, na verdade, favorável.
O Município, por seu turno, considera que, do ponto de vista urbanístico, “a proposta de loteamento não respeita o plano de pormenor das Sete Fontes”, que se encontra “em fase de estudo prévio” e que “o Município está a desenvolver para o local”.
A 05-02-2011 a Vilaminho reuniu com a CMBraga tentando perceber que alterações eram necessárias realizar-se para que o processo pudesse avançar sem qualquer
Em 28-02-2011, a Vilaminho exerce o seu direito de audiência prévia, invocando, junto do Município, ter um parecer favorável do IGESPAR, “sendo intenção dos promotores conformar os projetos à legalidade e razoabilidade do parecer vinculativo” do instituto governamental.
Em 07-04-2011, o Município comunica à Vilaminho que desconhece a existência de parecer prévio favorável do IGESPAR. Em 15-04-2011, o IGESPAR informa a Câmara de Braga que concede parecer favorável condicionado ao “Estudo Prévio do Plano de Pormenor de Sete Fontes”.
Além de contemplar a definição de um Parque Urbano e a salvaguarda do sistema de captação das águas das Sete Fontes, a proposta do Plano de Pormenor prevê a realização de novos arruamentos; áreas de construção de habitação coletiva, comércio e serviços, desenvolvendo-se em blocos de 3, 5 e 7 pisos acima da cota da soleira; e a implantação de um edifício destinado a equipamento (Centro Interpretativo da Água).
No seu parecer, os técnicos da Direção Regional de Cultura do Norte e do IGESPAR afirmam: “Analisado o estudo julga-se ser de salientar que se considera extremamente positiva a intenção da autarquia de elaborar um plano de pormenor para este local (…). Diga-se que sempre foi defendido, por esta Direção Regional e pelo IGESPAR, a integração do conjunto monumental num Parque Urbano, como solução mais adequada à sua preservação”.
Admite-se que o PDM classifica, a maior parte da área do Plano de Pormenor como “Espaços Urbanizáveis” e que a proposta do estudo prévio não propõe construção na maior parte da área abrangida pela zona de proteção do monumento. Concluíram os técnicos que: “Considera-se aceitável a implantação dos edifícios A, B, C, F, G e H. No entanto, julga-se que deverá ser reduzida a cércea dos edifícios A, G e H.” Por outro lado, consideram ser indispensável que qualquer intervenção com impacto no subsolo seja precedida de escavações arqueológicas que permitam avaliar, em concreto, do potencial arqueológico.
Em 29-04-2011, o Município notifica a Vilaminho para o exercício da audiência de interessados, se bem que a informação técnica seria no sentido de conduzir a uma decisão desfavorável. Nos termos dessa informação, o projeto urbanístico seria de indeferir, entre outros, por não respeitar o Plano de Pormenor das Sete Fontes, em fase de estudo prévio, que estaria a ser desenvolvido para o local. Entretanto, o projeto de loteamento apresentado pela Vilaminho na Direção Regional de Cultura do Norte, em 20-01-2011, veio a merecer parecer não favorável. Entre diversas objeções, o IGESPAR, agora, só admitia apreciar uma proposta “constituída por habitações unifamiliares”, “uma vez que respeita a morfologia do território e o sistema de vistas”. 
Em 29-12-2011, a Direção Regional de Cultura do Norte concede à Vilaminho pareceres favoráveis à realização de estudos arqueológicos, geológicos e hidrogeológicos sobre as suas parcelas de terreno nas Sete Fontes onde pretende implantar o loteamento, por considerar tratar-se de elementos informativos importantes para a tomada de decisão sobre o projeto de loteamento proposto. Os estudos foram realizados e custeados pela Vilaminho.

07-08-2012 _ O quarto pedido de licenciamento

A Vilaminho apresenta pedido de loteamento para os seus terrenos nas Sete Fontes, face ao qual o Município, em 13 de março do ano seguinte, inviabiliza, justificando que “o loteamento se insere no complexo hidráulico das Sete Fontes (…) no qual se está a desenvolver o Plano de Pormenor das Sete Fontes”, pelo que “considera-se prematuro desenvolver projetos para o terreno em causa sem que o plano de pormenor das Sete Fontes esteja aprovado”.
A Câmara Municipal, na altura liderada por Mesquita Machado, diz ainda o seguinte: “Não se considera oportuno dar sequência ao projeto de loteamento em causa porque a sua eventual aprovação prejudica a elaboração do Plano de Pormenor das Sete Fontes.” O projeto de loteamento acabou por ser indeferido em 10 de maio de 2013.
Na sequência, em 26-11-2013, a Direção Regional de Cultura do Norte informa a Vilaminho do parecer não favorável ao licenciamento de uma urbanização para o terreno sito no lugar das Sete Fontes, conquanto, por informação técnica e entre outros fundamentos, conclui-se que “a aprovação deste loteamento em fase de elaboração do Plano de Pormenor, sem ter em conta os estudos e soluções elaborados para a área do Plano, poderia pôr em causa a coerência do próprio plano e a proteção do património classificado”. Além disso, adianta o parecer, “que não se conhece uma posição da equipa que está a elaborar o plano sobre esta proposta de planeamento”.
O organismo que tutela o património, propõe que “a aprovação do presente loteamento seja condicionada à sua apreciação no contexto do já referido plano de pormenor, pelo que se deverá transmitir neste momento uma não aprovação e solicitar à Câmara Municipal de Braga que, no contexto da elaboração do Plano emita um parecer sobre a presente proposta que habilite esta Direção Regional a emitir um parecer informado sobre este assunto”.

29-09-2013 Ricardo Rio vence as eleições

Ricardo Rio vence as eleições autárquicas e altera-se o quadro político municipal em Braga. Os novos responsáveis do Município prometem aos representantes da Vilaminho “dinâmica e seriedade no tratamento do processo das Sete Fontes”, o que se veio a revelar falso. Em face da inoperância do Município e total falta de diálogo com a Vilaminho, em agosto de 2017, a Vilaminho iniciou a vedação das suas parcelas de terreno.

09-12-2013 O quinto e último pedido de licenciamento

Após aquele que foi o último pedido de licenciamento, apresentado no Município em 16 de agosto de 2013, o novo vereador do Urbanismo, Miguel Bandeira, anuncia mais uma decisão desfavorável, com base em diversos despachos e informações técnicas. Uma dessas informações, datada de 07-10-2013, subscrita pelo arq. Vítor Carvalho, refere que, não obstante “um parecer favorável condicionado” da Direção Regional de Cultura do Norte e do IGESPAR, a autarquia diz ter agora “estudos alternativos elaborados no âmbito da avaliação ambiental estratégica”. Assim, sustenta Vítor Carvalho, num dos primeiros pareceres após a tomada de posse de Ricardo Rio como presidente da Câmara Municipal, “continua a considerar-se inoportuno dar sequência ao projeto de loteamento em causa, por um lado porque a sua eventual aprovação prejudica a solução urbanística final do Plano”.
Em 20-11-2013, por proposta do vereador do Urbanismo, Miguel Bandeira, a Câmara Municipal de Braga aprova a suspensão parcial do PDM de Braga e consequentes medidas preventivas para proteção e salvaguarda do Sistema de Abastecimento de Água das Sete Fontes. Miguel Bandeira considera que “a ocupação e respetivos índices de construção, definidos no PDM em vigor, não são compatíveis com a proteção e salvaguarda do Sistema de Abastecimento de Águas das Sete Fontes, do século XVIII, entretanto classificado como Monumento Nacional”.


quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

A REVOGAÇÃO DE UMA REVOGAÇÃO

O processo rocambolesco da vedação de um terreno da Vilaminho. 

A história da revogação de uma revogação!...


Histórico do processo


Em março de 2012, a Vilaminho – Inovação Imobiliária, SA apresentou na Câmara Municipal de Braga (CMB) o processo com o pedido de licenciamento da vedação de um dos seus dois terrenos nas Sete Fontes, no caso, o terreno do Campo da Bouça, junto ao Colégio das Sete Fontes. Processo n.º 143/PROC/2012; Link: CLIQUE AQUI PARA LER O DOCUMENTO.

A 3 de abril de 2012 deu entrada na Direção Regional da Cultura do Norte um requerimento para autorização da instalação da vedação, uma vez que o terreno da Vilaminho abrangia parte da área classificada e da zona especial de proteção. Link: CLIQUE AQUI PARA LER O DOCUMENTO

A 4 de maio de 2012 o Diretor Geral do Património Cultural (DRCN) aprova a emissão de um parecer favorável condicionado a que a abertura de valas para a instalação da vedação seja acompanhada por arqueólogo autorizado pelo IGESPAR; Link: CLIQUE AQUI PARA LER O DOCUMENTO.

A 8 de maio de 2012, a CM de Braga foi notificada do parecer favorável da Direção Regional da Cultura do Norte.

A 17 de maio de 2012, o Gabinete de Arqueologia da Câmara Municipal de Braga emitiu parecer favorável para a instalação da vedação.

A 8 de agosto 2012, a Vilaminho recebeu notificação informando do indeferimento do processo, alegando a CM de Braga a falta de elementos de informação, apesar dos pareceres favoráveis da DRCN (Ministério da Cultura) e do Gabinete de Arqueologia municipal. Link: CLIQUE AQUI PARA LER O DOCUMENTO.

A 10 de agosto de 2012, a Vilaminho respondeu à CM de Braga afirmando que tais elementos não seriam necessários devido à escassa relevância da estrutura que se pretendia colocar, aliás, tal como refere o parecer da Direção Regional de Cultura do Norte, onde se pode ler: “Somos de parecer que tendo em conta o caráter precário da estrutura proposta, não se vê inconveniente no deferimento da pretensão”.

A 25 de setembro de 2012, a Vilaminho recebeu a resposta da CM de Braga, na qual esta referia manter a sua posição e, por conseguinte, a Vilaminho teria de apresentar os elementos que a CM de Braga elencara.

Em outubro e novembro 2012, a Vilaminho apresentou todos os elementos solicitados pela CM de Braga, no âmbito desse processo.

Em 30 de janeiro de 2013, a CM de Braga emite parecer favorável do processo de licenciamento, pelo ofício S/727/DADT/2013; Link: CLIQUE AQUI PARA LER O DOCUMENTO.

Em 19-03-2013, é emitida pela CM de Braga a licença de construção (n.º 164) para a realização da vedação. Link: CLIQUE AQUI PARA LER O DOCUMENTO.

Já com todas as condições para a Vilaminho executar a vedação, estávamos simultaneamente conscientes de que se tratava de uma questão difícil em termos de opinião pública. Assim, e dentro do espírito de colaboração pelo qual a Vilaminho sempre fez questão de pautar as suas ações, foi acordado com o vereador Hugo Pires não fazer a vedação no imediato. Por outro lado, estava em curso o processo do parque de estacionamento nascente do acesso ao hospital, que já tinha informações favoráveis da DRCN e dos técnicos do departamento do trânsito da CMB, e o vereador assumiu o compromisso de analisar esse processo antes de terminar o seu mandato (em outubro de 2013).

Entretanto, o prazo da licença do alvará de construção foi ultrapassado, sem que a Vilaminho tenha executado a vedação.

Em 9 de dezembro de 2013, já após a tomada de posse de Ricardo Rio como presidente da Câmara Municipal de Braga, a Vilaminho entregou na CM de Braga um requerimento com o pedido de prorrogação do prazo do alvará de construção por mais um ano. Link: CLIQUE AQUI PARA LER O DOCUMENTO.

Em 13 de fevereiro de 2014, a CM de Braga fez o ofício S/1090/DADT/2014 com o deferimento do pedido de prorrogação do prazo do alvará de construção pelo período de um mês; Link: CLIQUE AQUI PARA LER O DOCUMENTO.

Ainda com a licença de construção em dia, Ermelando Sequeira, do grupo Vilaminho, encontrou o presidente da CM de Braga, Ricardo Rio, e, em conversa, referiu-lhe o problema das Sete Fontes, pois era hora de uma resolução. Na ocasião, Ermelando Sequeira comentou que a Vilaminho já tinha licença para avançar com a vedação do terreno, desejando fazê-lo rapidamente. "Não queríamos que as pessoas pensassem que os terrenos não tinham dono, nem que invocassem direito de usucapião", explicou Ermelando Sequeira, que, numa atitude de total abertura e espírito de colaboração, informou o presidente da Câmara que o terreno iria ser vedado. "Na resposta, Ricardo Rio pediu que a vedação não fosse feita, pois era um tema muito sensível e criaria mal-estar", recorda o responsável do grupo Vilaminho. "Esse gesto de boa vontade da Vilaminho não iria, naturalmente, beneficiá-la relativamente aos outros proprietários, mas o presidente da Câmara garantiu que brevemente tomaria decisões e o processo teria seguimento", acrescenta Ermelando Sequeira.

Passaram cinco anos e, afinal, nada aconteceu! Não foram realizadas quaisquer diligências por parte da CM de Braga, nem sequer alguma tentativa de diálogo ou contacto para andamento do processo.



Ermelando Sequeira falando durante uma reunião de proprietários na Junta de Freguesia de S. Victor, realizada em novembro de 2018. 

Em face da inoperância da nova governação e falta de diálogo, em agosto de 2017, a Vilaminho iniciou a vedação, conforme prevista no alvará de construção, mas foi imediatamente suspensa. "Os técnicos da CM de Braga chamaram o nosso colaborador, engenheiro Carlos Pinto, a quem pediram que os trabalhos fossem suspensos de forma voluntária sob pena de a obra ser embargada", lembra Ermelando Sequeira. Como havia motivos para o embargo, somente pelo facto de não ter sido solicitado o acompanhamento arqueológico, e uma vez que a DRCN havia aprovado a vedação, condicionada ao acompanhamento arqueológico, a Vilaminho atendeu ao pedido e suspendeu a obra.

De imediato, a Vilaminho deu seguimento às autorizações junto do IGESPAR para aceitar o dr. Luís Fontes, da Universidade do Minho, como técnico habilitado a fazer o referido acompanhamento arqueológico. A proposta foi aceite rapidamente. Link: CLIQUE AQUI PARA LER O DOCUMENTO.

Em face das dificuldades que a CM de Braga colocava à Vilaminho, e que a Vilaminho considerava "infundadas e ilegais", pois a CM de Braga nunca declarou a caducidade da licença de construção, a empresa proprietária dos terrenos quis delimitar logo a propriedade e mostrar à população que aquele terreno é privado. Assim, em 19 de agosto de 2017, foi iniciada a vedação de caráter provisório, com as manilhas de betão e arames.

Depois disso, a Vilaminho foi chamada a reunir na CM de Braga com o dr. Zamith, o dr. Pedro Lopes e eng. Nuno Lopes.

Em função das recomendações dos técnicos da CM de Braga, entregamos os documentos atualizados (que constam do processo de licenciamento aprovado que deu origem à licença de construção) e em 7 de setembro de 2017 entregamos na CMB o requerimento com a informação do início dos trabalhos após aquela atualização.

Iniciamos os trabalhos com o acompanhamento arqueológico e, em 22 de setembro de 2017, a CMB faz o embargo da obra por meio do despacho do vereador Miguel Bandeira, de 21 de setembro de 2017. Link: CLIQUE AQUI PARA LER O DOCUMENTO.

Em 4 de outubro de 2017, a Vilaminho apresenta um requerimento à CM de Braga a solicitar os fundamentos que deram origem ao auto de embargo. Link: CLIQUE AQUI PARA LER O DOCUMENTO. Até hoje, passado um ano e dois meses, a Vilaminho não obteve qualquer resposta!...

Em 12 de dezembro de 2017, a Vilaminho teve oportunidade de reunir com o vereador Miguel Bandeira, para esclarecimento, entre outros assuntos, dos motivos do embargo. O vereador respondeu dizendo que o mesmo futuramente teria resposta.

Em 12 de abril de 2018, a Vilaminho fez um pedido de consulta de andamento do processo 143/PROC/12 registado com o nº E/28302/2018 e encaminhado para o serviço competente.

⏩ Mais uma vez, a Vilaminho não obteve resposta, tendo sido informada pelos técnicos da CM de Braga que este processo estaria na secretária do vereador Miguel Bandeira para despacho.

Até ao momento, não foi possível à Vilaminho a consulta deste processo, não obstante as inúmeras e sucessivas tentativas.

Tendo obtido informação de que a CM de Braga havia pedido novo parecer à DRCN, e porque não informavam a Vilaminho do estado do pedido, foi solicitada uma reunião com os técnicos da DRCN a ponto de aferir que situações tinham sido objeto de análise, enquadradas na emissão do parecer desfavorável, revogando o parecer favorável anterior. O parecer desfavorável referia que a vedação proposta não se adequava à “envolvência de um imóvel classificado” e porque no processo que deu entrada na CM de Braga a Vilaminho não teria apresentado projeto de arquitetura;

De ressalvar que esta última informação foi veiculada pelos serviços da CM de Braga que afirmaram à DRCN faltar este projeto de arquitetura e, portanto, a DRCN teria de revogar o parecer favorável anteriormente emitido.




Não só a CM de Braga faltou à verdade, como também, o técnico da DRCN reconheceu o erro que cometeu, certamente derivado de condicionalismos de tempo e de excesso de trabalho, uma vez que não analisou o processo e, não reparou, que o projeto de arquitetura constava do mesmo.

Em face dessa apreciação, a Vilaminho veio comprovar que o projeto de arquitetura constava do processo, bem como defender que em tempos existiu um muro em pedra no local onde agora se pretende colocar a vedação, pelo que poderia proceder à colocação de trepadeiras revestindo a dita vedação e os pilaretes. Link: CLIQUE AQUI PARA LER O DOCUMENTO.

A 29 de outubro de 2018, a Vilaminho obteve da DRCN a revogação do seu parecer anterior, proferindo, nesta data indicada, novo parecer favorável condicionado à colocação de trepadeiras camuflando as vigotas e rede metálica. Link: CLIQUE AQUI PARA LER O DOCUMENTO.

Ocorreu nesta data a revogação, de uma revogação que a CM de Braga pretendia ver concretizada.

⏩ Entretanto, na última semana de novembro de 2018, no seguimento do parecer favorável da DRCN, procedeu-se à plantação das trepadeiras, tendo a Vilaminho dado conhecimento da intervenção à CM de Braga, à DRCN (Ministério da Cultura) e à Junta de Freguesia de S. Victor.

Em causa a vedação de um terreno privado nas Sete Fontes - Vilaminho diz-se perseguida por vereador e pondera queixa no Ministério Público

A Vilaminho considera que os factos praticados pelo vereador do Urbanismo da Câmara Municipal de Braga, Miguel Bandeira, no âmbito do proc...