quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

A REVOGAÇÃO DE UMA REVOGAÇÃO

O processo rocambolesco da vedação de um terreno da Vilaminho. 

A história da revogação de uma revogação!...


Histórico do processo


Em março de 2012, a Vilaminho – Inovação Imobiliária, SA apresentou na Câmara Municipal de Braga (CMB) o processo com o pedido de licenciamento da vedação de um dos seus dois terrenos nas Sete Fontes, no caso, o terreno do Campo da Bouça, junto ao Colégio das Sete Fontes. Processo n.º 143/PROC/2012; Link: CLIQUE AQUI PARA LER O DOCUMENTO.

A 3 de abril de 2012 deu entrada na Direção Regional da Cultura do Norte um requerimento para autorização da instalação da vedação, uma vez que o terreno da Vilaminho abrangia parte da área classificada e da zona especial de proteção. Link: CLIQUE AQUI PARA LER O DOCUMENTO

A 4 de maio de 2012 o Diretor Geral do Património Cultural (DRCN) aprova a emissão de um parecer favorável condicionado a que a abertura de valas para a instalação da vedação seja acompanhada por arqueólogo autorizado pelo IGESPAR; Link: CLIQUE AQUI PARA LER O DOCUMENTO.

A 8 de maio de 2012, a CM de Braga foi notificada do parecer favorável da Direção Regional da Cultura do Norte.

A 17 de maio de 2012, o Gabinete de Arqueologia da Câmara Municipal de Braga emitiu parecer favorável para a instalação da vedação.

A 8 de agosto 2012, a Vilaminho recebeu notificação informando do indeferimento do processo, alegando a CM de Braga a falta de elementos de informação, apesar dos pareceres favoráveis da DRCN (Ministério da Cultura) e do Gabinete de Arqueologia municipal. Link: CLIQUE AQUI PARA LER O DOCUMENTO.

A 10 de agosto de 2012, a Vilaminho respondeu à CM de Braga afirmando que tais elementos não seriam necessários devido à escassa relevância da estrutura que se pretendia colocar, aliás, tal como refere o parecer da Direção Regional de Cultura do Norte, onde se pode ler: “Somos de parecer que tendo em conta o caráter precário da estrutura proposta, não se vê inconveniente no deferimento da pretensão”.

A 25 de setembro de 2012, a Vilaminho recebeu a resposta da CM de Braga, na qual esta referia manter a sua posição e, por conseguinte, a Vilaminho teria de apresentar os elementos que a CM de Braga elencara.

Em outubro e novembro 2012, a Vilaminho apresentou todos os elementos solicitados pela CM de Braga, no âmbito desse processo.

Em 30 de janeiro de 2013, a CM de Braga emite parecer favorável do processo de licenciamento, pelo ofício S/727/DADT/2013; Link: CLIQUE AQUI PARA LER O DOCUMENTO.

Em 19-03-2013, é emitida pela CM de Braga a licença de construção (n.º 164) para a realização da vedação. Link: CLIQUE AQUI PARA LER O DOCUMENTO.

Já com todas as condições para a Vilaminho executar a vedação, estávamos simultaneamente conscientes de que se tratava de uma questão difícil em termos de opinião pública. Assim, e dentro do espírito de colaboração pelo qual a Vilaminho sempre fez questão de pautar as suas ações, foi acordado com o vereador Hugo Pires não fazer a vedação no imediato. Por outro lado, estava em curso o processo do parque de estacionamento nascente do acesso ao hospital, que já tinha informações favoráveis da DRCN e dos técnicos do departamento do trânsito da CMB, e o vereador assumiu o compromisso de analisar esse processo antes de terminar o seu mandato (em outubro de 2013).

Entretanto, o prazo da licença do alvará de construção foi ultrapassado, sem que a Vilaminho tenha executado a vedação.

Em 9 de dezembro de 2013, já após a tomada de posse de Ricardo Rio como presidente da Câmara Municipal de Braga, a Vilaminho entregou na CM de Braga um requerimento com o pedido de prorrogação do prazo do alvará de construção por mais um ano. Link: CLIQUE AQUI PARA LER O DOCUMENTO.

Em 13 de fevereiro de 2014, a CM de Braga fez o ofício S/1090/DADT/2014 com o deferimento do pedido de prorrogação do prazo do alvará de construção pelo período de um mês; Link: CLIQUE AQUI PARA LER O DOCUMENTO.

Ainda com a licença de construção em dia, Ermelando Sequeira, do grupo Vilaminho, encontrou o presidente da CM de Braga, Ricardo Rio, e, em conversa, referiu-lhe o problema das Sete Fontes, pois era hora de uma resolução. Na ocasião, Ermelando Sequeira comentou que a Vilaminho já tinha licença para avançar com a vedação do terreno, desejando fazê-lo rapidamente. "Não queríamos que as pessoas pensassem que os terrenos não tinham dono, nem que invocassem direito de usucapião", explicou Ermelando Sequeira, que, numa atitude de total abertura e espírito de colaboração, informou o presidente da Câmara que o terreno iria ser vedado. "Na resposta, Ricardo Rio pediu que a vedação não fosse feita, pois era um tema muito sensível e criaria mal-estar", recorda o responsável do grupo Vilaminho. "Esse gesto de boa vontade da Vilaminho não iria, naturalmente, beneficiá-la relativamente aos outros proprietários, mas o presidente da Câmara garantiu que brevemente tomaria decisões e o processo teria seguimento", acrescenta Ermelando Sequeira.

Passaram cinco anos e, afinal, nada aconteceu! Não foram realizadas quaisquer diligências por parte da CM de Braga, nem sequer alguma tentativa de diálogo ou contacto para andamento do processo.



Ermelando Sequeira falando durante uma reunião de proprietários na Junta de Freguesia de S. Victor, realizada em novembro de 2018. 

Em face da inoperância da nova governação e falta de diálogo, em agosto de 2017, a Vilaminho iniciou a vedação, conforme prevista no alvará de construção, mas foi imediatamente suspensa. "Os técnicos da CM de Braga chamaram o nosso colaborador, engenheiro Carlos Pinto, a quem pediram que os trabalhos fossem suspensos de forma voluntária sob pena de a obra ser embargada", lembra Ermelando Sequeira. Como havia motivos para o embargo, somente pelo facto de não ter sido solicitado o acompanhamento arqueológico, e uma vez que a DRCN havia aprovado a vedação, condicionada ao acompanhamento arqueológico, a Vilaminho atendeu ao pedido e suspendeu a obra.

De imediato, a Vilaminho deu seguimento às autorizações junto do IGESPAR para aceitar o dr. Luís Fontes, da Universidade do Minho, como técnico habilitado a fazer o referido acompanhamento arqueológico. A proposta foi aceite rapidamente. Link: CLIQUE AQUI PARA LER O DOCUMENTO.

Em face das dificuldades que a CM de Braga colocava à Vilaminho, e que a Vilaminho considerava "infundadas e ilegais", pois a CM de Braga nunca declarou a caducidade da licença de construção, a empresa proprietária dos terrenos quis delimitar logo a propriedade e mostrar à população que aquele terreno é privado. Assim, em 19 de agosto de 2017, foi iniciada a vedação de caráter provisório, com as manilhas de betão e arames.

Depois disso, a Vilaminho foi chamada a reunir na CM de Braga com o dr. Zamith, o dr. Pedro Lopes e eng. Nuno Lopes.

Em função das recomendações dos técnicos da CM de Braga, entregamos os documentos atualizados (que constam do processo de licenciamento aprovado que deu origem à licença de construção) e em 7 de setembro de 2017 entregamos na CMB o requerimento com a informação do início dos trabalhos após aquela atualização.

Iniciamos os trabalhos com o acompanhamento arqueológico e, em 22 de setembro de 2017, a CMB faz o embargo da obra por meio do despacho do vereador Miguel Bandeira, de 21 de setembro de 2017. Link: CLIQUE AQUI PARA LER O DOCUMENTO.

Em 4 de outubro de 2017, a Vilaminho apresenta um requerimento à CM de Braga a solicitar os fundamentos que deram origem ao auto de embargo. Link: CLIQUE AQUI PARA LER O DOCUMENTO. Até hoje, passado um ano e dois meses, a Vilaminho não obteve qualquer resposta!...

Em 12 de dezembro de 2017, a Vilaminho teve oportunidade de reunir com o vereador Miguel Bandeira, para esclarecimento, entre outros assuntos, dos motivos do embargo. O vereador respondeu dizendo que o mesmo futuramente teria resposta.

Em 12 de abril de 2018, a Vilaminho fez um pedido de consulta de andamento do processo 143/PROC/12 registado com o nº E/28302/2018 e encaminhado para o serviço competente.

⏩ Mais uma vez, a Vilaminho não obteve resposta, tendo sido informada pelos técnicos da CM de Braga que este processo estaria na secretária do vereador Miguel Bandeira para despacho.

Até ao momento, não foi possível à Vilaminho a consulta deste processo, não obstante as inúmeras e sucessivas tentativas.

Tendo obtido informação de que a CM de Braga havia pedido novo parecer à DRCN, e porque não informavam a Vilaminho do estado do pedido, foi solicitada uma reunião com os técnicos da DRCN a ponto de aferir que situações tinham sido objeto de análise, enquadradas na emissão do parecer desfavorável, revogando o parecer favorável anterior. O parecer desfavorável referia que a vedação proposta não se adequava à “envolvência de um imóvel classificado” e porque no processo que deu entrada na CM de Braga a Vilaminho não teria apresentado projeto de arquitetura;

De ressalvar que esta última informação foi veiculada pelos serviços da CM de Braga que afirmaram à DRCN faltar este projeto de arquitetura e, portanto, a DRCN teria de revogar o parecer favorável anteriormente emitido.




Não só a CM de Braga faltou à verdade, como também, o técnico da DRCN reconheceu o erro que cometeu, certamente derivado de condicionalismos de tempo e de excesso de trabalho, uma vez que não analisou o processo e, não reparou, que o projeto de arquitetura constava do mesmo.

Em face dessa apreciação, a Vilaminho veio comprovar que o projeto de arquitetura constava do processo, bem como defender que em tempos existiu um muro em pedra no local onde agora se pretende colocar a vedação, pelo que poderia proceder à colocação de trepadeiras revestindo a dita vedação e os pilaretes. Link: CLIQUE AQUI PARA LER O DOCUMENTO.

A 29 de outubro de 2018, a Vilaminho obteve da DRCN a revogação do seu parecer anterior, proferindo, nesta data indicada, novo parecer favorável condicionado à colocação de trepadeiras camuflando as vigotas e rede metálica. Link: CLIQUE AQUI PARA LER O DOCUMENTO.

Ocorreu nesta data a revogação, de uma revogação que a CM de Braga pretendia ver concretizada.

⏩ Entretanto, na última semana de novembro de 2018, no seguimento do parecer favorável da DRCN, procedeu-se à plantação das trepadeiras, tendo a Vilaminho dado conhecimento da intervenção à CM de Braga, à DRCN (Ministério da Cultura) e à Junta de Freguesia de S. Victor.

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