quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

Autarca local aceita “construção ordeira” nas Sete Fontes em Braga

Presidente da Junta defende o diálogo entre a Câmara e proprietários

Reunião dos proprietários. Fonte: SOL

























O presidente da Junta de Freguesia de São Victor, em Braga, Ricardo Pereira da Silva, aceita “construção ordeira” para zonas adjacentes à área protegida das Sete Fontes, “desde que comprovadamente não afetem os lençóis de água ou ponham em causa a estabilidade dos monumentos”, preconizando “o diálogo entre a Câmara de Braga e os proprietários”.
O autarca local da maior freguesia urbana do concelho de Braga, Ricardo Pereira da Silva, em cuja zona alta se situa a zona monumental das Sete Fontes, comentava assim o motivo de discórdia entre a Câmara Municipal de Braga e um grupo de proprietários dos terrenos, que recebeu há cerca de dois meses, na Junta de Freguesia de São Victor, para perceber a razão de ser da posição dos donos das parcelas e tentar diálogo para ultrapassar o impasse....
Veja a notícia completa:



quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

ENGº CARLOS PINTO, DIRETOR TÉCNICO DA VILAMINHO, EM ENTREVISTA


“A Câmara nunca disse claramente qual a base legal para chumbar projeto da Vilaminho”


Eng. Carlos Pinto - Diretor técnico da Vilaminho



PERGUNTA (P) – O senhor engenheiro é diretor técnico da VILAMINHO desde 2007. Acompanhou por dentro quase toda a saga dos terrenos das Sete Fontes, marcada pelas tentativas de a empresa obter licenciamento municipal para construir, de acordo com o Plano Diretor Municipal de Braga. Como técnico habituado a licenciamentos de operações urbanísticas em várias autarquias do país, ao olhar para este caso, o que lhe apraz dizer?

CARLOS PINTO – Apraz-me dizer que, da parte da Câmara Municipal de Braga (CMB), houve sempre muita resistência e fundamentação duvidosa, ou no mínimo pouco clara, no tratamento e análise de todos os processos que foram apresentados. Desde o início, a VILAMINHO apresentou um projeto de urbanização que respeitava o PDM em vigor para aquele local e que, em nossa opinião, estaria devidamente enquadrado com a área envolvente e não colidia com a necessária proteção do monumento das Setes Fontes, conforme comprovam os diversos estudos pedidos pela Vilaminho, inclusive estudos hidrogeológicos bastante específicos. Aliás, sempre procuramos que esta operação urbanística se enquadrasse com o monumento, que o valorizasse e em simultâneo fosse um fator potenciador da criação de um parque urbano com vida.


P. – As propostas da VILAMINHO foram sempre respeitadoras do PDM?

CARLOS PINTO – Obviamente que foram. Não poderia ser de outra forma. Para além de que os projetos em si sempre foram concebidos precisamente para dignificar as Sete Fontes, que durante muito tempo foram um espaço “desprezado” pela autarquia. Bastaria ver o estado de abandono dos terrenos adjacentes, cobertos de silvados, bem como do próprio caminho público. Relativamente ao caminho, o único que dá acesso ao terreno da VILAMINHO, só agora a CMB tratou de cortar o silvado, depois de muita insistência nossa e da Junta de Freguesia de S. Victor, mas continua intransitável, com crateras enormes formadas pela água das chuvas.


P. – O PDM de Braga foi aprovado em 1994 e a VILAMINHO só comprou os terrenos dois anos depois. Em face disso, o que é que pensa das afirmações de especulação imobiliária na aquisição destes terrenos?

CARLOS PINTO – Exatamente. Quem fala em especulação imobiliária dos proprietários não sabe a gravidade daquilo que está a dizer. A VILAMINHO tem uma conduta no setor da promoção imobiliária de longos anos e completamente idónea. Em todos os projetos que aprovou junto das várias autarquias do país sempre cumpriu escrupulosamente os regulamentos municipais e nunca recorreu a malabarismos para ver os seus terrenos melhorados ao nível da capacidade construtiva. E é de salientar que, à data de submissão dos projetos para estes terrenos, na zona das Sete Fontes, o coeficiente de construção era, em média, de 0,875, ou seja, muito próximo dos 100% de capacidade construtiva. Isto em resultado do PDM de 2001 que, aliás, até aumentou a capacidade construtiva em relação ao PDM de 1994.


“MOROSIDADE ESCANDALOSA”


P. – Entre 2007 e 2013, foram cinco as vezes que a VILAMINHO apresentou um projeto de urbanização. Nunca foi aprovado e a Câmara Municipal ia pedindo ajustamentos, o que pressupunha uma aprovação futura. De que maneira é que se manifestou a tal resistência municipal de que falou em relação ao projeto?

CARLOS PINTO – Depois da primeira vez em que o projeto foi apresentado, repito, na base de trabalho respeitante ao PDM à data em vigor, a VILAMINHO foi atualizando o projeto, em função dos ofícios da Câmara Municipal, que sujeitavam o licenciamento do projeto ao suprimento de alguns aspetos de ordem arquitetónica da urbanização, sem nunca a autarquia ter apresentado uma informação técnica que inviabilizasse qualquer possibilidade e aprovação de um projeto desta natureza. Repetidamente procuramos esclarecer todas as questões junto dos técnicos municipais e sempre respondemos a todos esses pedidos de reformulação, item por item. De acordo com o que está regulamentado no Código do Procedimento Administrativo, várias foram as vezes que fomos às audiências prévias para que os técnicos nos explicassem o que, afinal, pretendiam que a VILAMINHO fizesse. A determinada altura até os próprios técnicos da Câmara Municipal tinham dificuldade em encontrarem argumentos para mais uma vez nos notificarem com nova intenção de indeferimento da proposta de urbanização. Foi demasiado infundado e desgastante todo este processo e a forma como a VILAMINHO foi tratada.


P. – Porquê?

CARLOS PINTO – A Câmara Municipal nunca nos dizia tudo de uma só vez. A informação era dada a conta-gotas, dando a clara impressão que o objetivo da autarquia era atrasar o mais possível o licenciamento. A morosidade nas respostas da Câmara foi, durante todo o processo, escandalosa. Para obtermos as respostas a que tínhamos direito, depois do prazo normal para os técnicos avaliarem o processo, quase não fazíamos outra coisa do que sistematicamente ir à Câmara saber do ponto de situação e exigir respostas. Foi um processo desesperante, quando dávamos resposta a qualquer pedido de alteração solicitado pela Câmara, logo respondiam com outro pedido de reajustes relacionado com questões dos projetos anteriores. Fica a questão: os técnicos municipais não avaliam o projeto como um todo? Qual o motivo de não informarem de uma só vez os pontos que querem ver esclarecidos pelo promotor imobiliário? Estamos perante algo que nunca tinha acontecido com outros projetos de licenciamento. Chegamos ao limite da última informação da Câmara ser a cópia da penúltima, onde apenas mudava a data. Não acredito que tenha sido por incompetência.


“NÃO SABEMOS CONVIVER COM A INJUSTIÇA”


P. – Acredita que por trás dessa morosidade e dessa informação a conta-gotas estava uma estratégia para impedir o licenciamento do projeto da VILAMINHO?

CARLOS PINTO – Na altura não pensamos nisso, sempre tivemos a Câmara Municipal de Braga como uma entidade de bem e que trata todos os munícipes de forma equitativa. A VILAMINHO é uma empresa idónea na cidade de Braga, que está no mercado há 30 anos, com uma área de atividade de especial relevância nesta cidade. Quase todas as semanas pagamos taxas na Câmara Municipal, de modo que somos um munícipe que muito contribui para a sustentabilidade das contas da autarquia e para o desenvolvimento da cidade, sempre com uma postura correta e colaborante. A verdade é que, particularmente neste caso, fomos observando que as coisas não andavam e não se coadunavam com a forma normal com que uma autarquia trata os processos de licenciamento. Repito, apesar de a VILAMINHO ter as suas instalações no centro histórico de Braga, a poucas centenas de metros dos Paços do Concelho, as informações municipais demoravam demasiado tempo a chegar. Hoje, só podemos concluir que toda a forma de agir da Câmara Municipal perante a VILAMINHO era uma estratégia e uma manobra de diversão para que o processo de licenciamento se arrastasse indefinidamente no tempo até estarem em condições de tomar uma posição definitiva em relação ao assunto. Depois de tanto tempo, de tanto desgaste e tanto dinheiro gasto continuamos sem perceber os argumentos e base legal para a Câmara Municipal indeferir o projeto, com o qual, temos a certeza, o monumento das Sete Fontes e a população bracarense ficariam a ganhar. Somos profissionais honrados, não sabemos conviver com a injustiça, de modo que a nossa luta ainda não acabou!


P. – Por que é que a VILAMINHO deixou o tempo passar e não recorreu a outros instrumentos, designadamente judiciais?

CARLOS PINTO – A VILAMINHO não deixou o tempo passar, pelo contrário, sempre fomos muito céleres e dinâmicos em todo este processo. Repito, a Câmara Municipal não nos disse taxativamente, formalmente, que jamais conseguiríamos aprovar a urbanização, nem quais os argumentos para isso. Pergunto eu: presumindo que a Câmara Municipal estivesse a agir de boa-fé, que mecanismos se ajustariam à situação senão responder aos sucessivos ofícios que nos eram enviados com pedidos de alterações ou aperfeiçoamentos dos projetos esperando finalmente cumprir os requisitos para aprovação final?


“CAPACIDADE CONSTRUTIVA FOI AUMENTADA NO
 PDM”


P. – Ainda na presidência de Mesquita Machado, por volta de 2010, um Plano de Pormenor que estaria a ser executado, e que depois seria abandonado, chegou a ser justificação para não aprovar o projeto da VILAMINHO.

CARLOS PINTO – É verdade, mais uma coisa estranha, não lhe parece? A Câmara Municipal gastou imenso tempo e recursos a preparar um Plano de Pormenor para aqueles terrenos, com vista à sua urbanização com o enquadramento do património ali existente, significando isto que a própria autarquia sempre considerou a existência de urbanizações para ali. Mais, na alteração do PDM de 2001 a capacidade construtiva foi aumentada para aqueles terrenos, o que só pode significar essa intenção da CMB. Voltando ao Plano de Pormenor que a CMB estava a desenvolver, a muito custo foi-nos facultado esse instrumento de trabalho e as propostas da VILAMINHO evoluíram até ao ponto de passarem a ser a cópia deste. O que mais a CMB poderia querer da VILAMINHO? Numa fase mais avançada, numa das muitas reuniões em que participamos com a Direção Regional de Cultura do Norte, esta propôs uma redução do número de pisos das construções, na minha opinião, com muita pressão por parte da CMB. Prontamente apresentamos mais esse novo aditamento na CMB. Posteriormente, pediram para reajustarmos as implantações e nós assim o fizemos.


P. – Resumindo e concluindo, a VILAMINHO cumpriu sempre com aquilo que era pedido pela Câmara Municipal de Braga e pelo Ministério da Cultura, que tutela o monumento nacional das Sete Fontes, o que, em função do posicionamento desses organismos, era suposto que o projeto de licenciamento, não obstante as dificuldades, acabasse por ser aprovado.

CARLOS PINTO – Nós fomos tão colaborantes que, como já disse anteriormente, copiamos o estudo do Plano de Pormenor que a CMB estava a fazer. Nós perguntávamos: “O que é que querem agora?”. E a VILAMINHO fazia. Infelizmente, era rigorosamente isto. Antecipamos um trabalho que deveria ter sido realizado previamente pela CMB quando pensaram em desenvolver o estudo do Plano de Pormenor, e a VILAMINHO, com custos elevados para nós, fez esses estudos hidrológicos e arqueológicos, recorrendo a técnicos da Universidade do Minho. Pergunto: querem mais transparência e rigor na forma como instruímos o nosso processo? Esses estudos vieram demonstrar que o nosso projeto preserva e valoriza o monumento das Sete Fontes.


“SENTIMO-NOS INJUSTIÇADOS, PARA NÃO DIZER BURLADOS”


P. – A morosidade da Câmara Municipal nas suas respostas à VILAMINHO era propositada?

CARLOS PINTO – Perante tantas evidências, a VILAMINHO só pode concluir que todo o processo foi gerido pela CMB de forma ardilosa e com o verdadeiro intuito de o arrastar no tempo até que arranjassem forma de praticamente confiscar os terrenos aos proprietários, como agora se comprova com o valor pelo qual querem adquirir os terrenos. Num país democrático e de bem não pode ser esta a postura de uma autarquia, em que não mede as consequências e prejuízos de terceiros para cumprir promessas eleitorais para as quais não tem capacidade financeira para o fazer no curto/médio prazo e que, provavelmente, só terá a muito longo prazo, como já deu a entender o vereador Miguel Bandeira em declarações. Muito sinceramente não consigo vislumbrar outra razão senão o facto de se tratar de adiamentos “ad aeternum” que servirão, por agora, como bandeira eleitoral. Ou, mais uma vez, todo o tempo e recursos que a CMB gastou com a elaboração do Plano de Pormenor, que, entretanto, foi para o lixo, não passou de incompetência? Sabe, numa das últimas audiências prévias, que aconteceu em 2013, na transição do poder municipal do engº Mesquita Machado para o dr. Ricardo Rio, reunimos com um dos técnicos que liderava o desenvolvimento do Plano de Pormenor, quando a nossa proposta já era a cópia da deles, e nessa altura, verbalmente ele foi taxativo a dizer-nos que podíamos entregar os aditamentos à nossa proposta que ela jamais seria aprovada. Pergunto eu: acha isso normal?


P. – Como é que a VILAMINHO recebeu esse chumbo verbal?

CARLOS PINTO – Com revolta e indignação. Sentimo-nos injustiçados, para não dizer burlados. Perante isto só havia um caminho a seguir e a administração da empresa acionou os mecanismos judiciais legais tendo em vista a reposição da verdade e a justa indemnização por todos os prejuízos que durante tantos anos a CMB nos causou, que agora os tribunais, mais cedo ou mais tarde, acabarão por fazer justiça.


Braga, 28 de janeiro de 2019

terça-feira, 22 de janeiro de 2019

Proprietário tem projeto ambiental para ordenar estacionamento que a Câmara coloca na gaveta



A Vilaminho, proprietária de um terreno junto ao Hospital de Braga, está há oito anos a tentar criar um espaço de estacionamento "digno" e "enquadrado com o meio ambiente", mas a CMBraga não licencia o projeto mantendo o estado atual do espaço.


Estado atual do terreno



O cenário no local é desolador e caótico, junto à via de acesso ao hospital. Ao longo de todos estes anos o espaço continua a apresentar graves falhas de segurança favorecendo fenómenos de promiscuidade, afetando também o bem-estar dos vizinhos.


Ermelando Sequeira, proprietário do terreno, diz que «lutou desde sempre para ali criar um parque de estacionamento com condições ecológicas e devidamente licenciado por todas as entidades», nomeadamente pela Direção Regional da Cultura do Norte (DRCN) e CMBraga, no entanto, durante muito tempo e sem razão aparente, a autarquia não o permitiu fazer. 


Estado atual do terreno


  • Veja no final deste artigo a solução proposta para este parque de estacionamento. 


Mais tarde a Vilaminho ficou completamente impossibilitada de o fazer após adoção de medidas cautelares, por parte da câmara, para proteção daquela área enquadrada nas Sete Fontes.

"Somos bloqueados politicamente”, refere Ermelando Sequeira, considerando que o processo exigia uma postura de "diálogo" e não de "hostilização", como a CMBraga tem tratado os seus munícipes.

Ora, a Vilaminho sempre esteve na disposição de ordenar o espaço e até criar um parque de estacionamento de forma a servir o interesse público, que levou inclusive a DRCN a dar um parecer favorável à construção do parque de estacionamento.


Estado atual do terreno



No entanto o processo, nas mãos da autarquia sempre foi bloqueado, com pedidos de novas alterações ao projeto (o que foi feito pela Vilaminho) e, mais tarde, bloqueada politicamente.


“A 11 de janeiro de 2016, oportunamente, comunicamos à Câmara que foi a própria que não consentiu a concretização de qualquer das soluções ou projetos apresentados pela Vilaminho impedindo a fruição ordenada do terreno e a sua vedação”, revela Ermelando Sequeira.


Estado atual do terreno



Para a Vilaminho são muitas as incoerências da autarquia gerida por Ricardo Rio, pois segundo este “a Câmara privilegiou o estacionamento abusivo e desordenado e a degradação do espaço. Durante todos estes anos foi esta a solução da Câmara de Braga, ao invés de aprovar um projeto que permitiria resolver esses mesmos problemas, respeitando todos os cuidados quanto ao impacto ambiental e quanto à imagem paisagística que a Câmara dizia querer preservar”, frisa.



Histórico do Processo – Parque de Estacionamento



A Vilaminho é proprietária de frações de terreno nas Sete Fontes. Resultante de um processo de expropriação para criação dos acessos ao Hospital de Braga, a Vilaminho ficou proprietária da parcela de terreno indicada na imagem seguinte:

Parcela de terreno que a Vilaminho detém.

A realidade que se verificou no terreno com o passar do tempo, levou-nos a apresentar diferentes pedidos para preservação e organização do espaço.

A 04.10.2012 submetemos para apreciação da Direção Regional da Cultura do Norte um projeto de licenciamento para a criação de um parque de estacionamento. Com celeridade obtivemos resposta positiva por parte da Direção Regional da Cultura do Norte recebida no dia 19 do mês de outubro de 2012.


  • Veja no final deste artigo a solução proposta para este parque de estacionamento.



Seguindo os trâmites processuais normais, após a obtenção de parecer favorável de entidade competente para aferir da pertinência e viabilidade do mesmo, entregamos no dia 05.11.2012 na CMBraga, projeto do parque de estacionamento, tendo sido junto o anexo do parecer positivo da DRCN.

No dia 16 de novembro de 2012 a CMBraga notificou-nos para junção, ao processo, do parecer favorável da DRCN devidamente autenticado.

Conforme solicitado, juntamos o documento a 28 de novembro de 2012. Após esta junção muito tempo se passou sem qualquer informação ou decisão.

A 28 de junho de 2013, após muita insistência por parte da Vilaminho, com sucessivas interpelações sobre o ponto de situação junto dos serviços, e de várias vezes nos terem dito que estava tudo conforme faltando apenas aguardar por despacho favorável do Sr. Vereador, a CMBraga notificou-nos que a orientação da entrada do parque de estacionamento deveria ser alterada de forma a evitar possível constrangimento com a via de urgência presente nos acessos ao hospital. A mesma via seria sujeita a intervenção no curto prazo de forma a garantir que a via da esquerda se destinava em exclusivo para o acesso de emergência. Pretendia-se com esta alteração que a entrada do parque de estacionamento não se posicionasse no sentido perpendicular à via, devendo desenvolver-se de forma tangencial à mesma por forma a evitar congestionamentos na circulação para o hospital.

A 11 de julho de 2013 foi entregue na CMBraga o projeto com as alterações acordadas. Esta alterações foram articuladas pela Vilaminho, imediatamente após a receção do ofício a 28 de junho, com a realização de uma reunião com o Sr. Eng.º Barata, enquanto técnico que emitiu o anterior parecer, e definimos uma solução técnica para resolver a questão do possível constrangimento da entrada do parque de estacionamento com a via de acesso ao hospital.

A 13.08.2013 o Sr. Arquiteto Vítor emite parecer técnico que obteve aprovação do Sr. Arquiteto Otávio e somos informados da proposta de indeferimento pelo facto da entrada do parque de estacionamento criar constrangimentos na via de acesso ao novo hospital (coisa que já não se verificava depois do referido no ponto anterior) e por, eventualmente, estarmos a ocupar terreno do qual a Vilaminho não era proprietária.

A 24 de outubro de 2013, depois de reuniões presenciais com Sr. Arquiteto Otávio e o Sr. Vereador Hugo Pires para apresentarmos os devidos esclarecimentos e solicitarmos a aprovação do processo, juntamos ao processo na CMBraga requerimento com prova da titularidade do terreno em causa, nomeadamente, a planta parcelar de expropriação da EP – Estradas de Portugal, SA, bem como o auto de expropriação, que conferem a regularidade dos limites do terreno apresentado.

Em 21 de janeiro de 2014 em resposta ao requerimento referido no ponto anterior, a Vilaminho recebeu comunicação de novo indeferimento, alegando que o projeto apresentado pela Vilaminho não salvaguardava de forma irrepreensível todas condições para preservação dos sobreiros existentes, mas,  principalmente, porque se verificava uma situação precária e descontrolada de estacionamento por todo o espaço público e não era desejável/conveniente à CMBraga legalizar uma situação identificada como geradora de uma imagem com impactos paisagísticos a evitar.

Carta da CMB

No dia imediatamente seguinte, dia 24 de janeiro de 2014 a Vilaminho requereu agendamento de uma reunião para prestação de esclarecimentos e pedido de informações.
Em resposta à Vilaminho disseram apenas, “Não se pode fazer lá nada”, uma vez que estava suspenso o PDM para a área das Sete Fontes.

A 2 de dezembro de 2015, com imensa surpresa, recebemos notificação por parte da CMBraga para procedermos voluntariamente à vedação dos terrenos.

Notificação por parte da CMBraga
A 11 de janeiro de 2016, oportunamente, comunicamos à CMBraga que foi a própria que não consentiu a concretização de qualquer dos programas ou projetos apresentados pela Vilaminho impedindo a fruição ordenada do terreno e a sua vedação. 


Durante todos estes anos a CMBraga privilegiou o estacionamento abusivo e desordenado e a degradação do espaço. Durante todos estes anos foi esta a solução da CMBraga, ao invés de aprovar um projeto que permitira resolver esses mesmos problemas, respeitando todos os cuidados quanto ao impacto ambiental e quanto à imagem paisagística que a CMBraga dizia querer preservar.
Podemos constatar, uma vez mais, que o que é difícil de se conseguir (pretensão do proprietário), torna-se demasiado simples quando dá jeito/é imposto pela CMBraga. 

Estado atual do terreno


quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

“Terrenos das Sete Fontes não foram desclassificados”

A empresa bracarense Vilaminho esclareceu que “os terrenos das Sete Fontes não foram desclassificados”, mas sim “alterados de área urbanizável para área urbana, estando estes terrenos inseridos na área de expansão e desenvolvimento da cidade”, o que “é diferente”.
Em esclarecimento enviado à nossa Redação, a Vilaminho, sendo proprietária de várias parcelas de terreno situadas na área das Sete Fontes, da freguesia de São Victor, concelho de Braga, esclareceu que “contrariamente à informação publicada em O Minho, no dia 29 de dezembro de 2018, sob o título “Câmara de Braga garante legalidade de criação de ecoparque das Sete Fontes – Proprietários foram para Tribunal e queixam-se de falta de diálogo”, a Vilaminho diz que “os terrenos das Sete Fontes não foram desclassificados”.
A Vilaminho “repudia ainda as afirmações veiculadas pela Câmara Municipal de Braga, através do senhor advogado Paulo Viana”, de “total inércia durante 11 anos”, afirmando que “como é fácil de comprovar, até 2005, a Vilaminho encontrava-se num processo de definição das confrontações dos seus terrenos juntamente com os de outros proprietários”.
“Consideramos que as afirmações da Câmara Municipal de Braga pretendem apenas criar ruído, fugindo desta forma à verdade, até porque a mesma Câmara tinha conhecimento do processo de definição das confrontações”, conforme considera igualmente a empresa Vilaminho, dizendo “ter respeitado sempre o processo em curso” e logo que foi concluído “iniciou então já a apresentação de vários projetos junto da Câmara Municipal de Braga”.



Fonte: Jornal O Minho

terça-feira, 15 de janeiro de 2019

Proprietário vedou terrenos nas Sete Fontes temendo usucapião


O empresário bracarense Ermelando Sequeira afirmou, esta segunda-feira, a O MINHO, que vedou os seus terrenos, na zona das Sete Fontes, por temer o “muito provável” recurso à figura de usucapião, por parte de particulares, como era ventilado na Câmara de Braga.
Para o detentor da Vilaminho, empresa que esta semana emitiu um comunicado criticando a postura da Câmara Municipal de Braga, “as pessoas estavam a construir carreiros e até a fazer caminhos, pois os anos foram passando e tivemos que acautelar os nossos direitos de propriedade, porque na imagem de muita gente, os terrenos não eram de ninguém, eles só eram nossos, quando era preciso mandar limpar tudo e pagar os respetivos impostos”.
Foto: Joaquim Gomes/O MINHO

Foto: Joaquim Gomes/O MINHO

Foto: Joaquim Gomes/O MINHO

Foto: Joaquim Gomes/O MINHO

Foto: Joaquim Gomes/O MINHO

Foto: Joaquim Gomes/O MINHO

Foto: Joaquim Gomes/O MINHO

Foto: Joaquim Gomes/O MINHO

segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

Polémica em Braga - Câmara quer Eco Parque; Proprietário acusa Câmara de Braga de querer "roubar" terrenos nas Sete Fontes .



Um dos principais proprietários dos terrenos nas Sete Fontes, numa zona classificada como monumento nacional, onde a Câmara de Braga pretende construir um Eco Parque, acusa a autarquia bracarense de querer "roubar" a sua propriedade. 
A intenção, diz, é "construir o parque público à custa dos privados". 

Primeira página Jornal I - 14/01/2019



Proprietário dos terrenos fala em "desespero" e em "convenção maquiavélica".


Notícia Jornal I - 14/01/2019

Ermelando Sequeira nega uma posição intransigente, contrapondo que "categoricamente, acreditamos em projetos e soluções que possam conjugar os direitos de todos, ao mesmo tempo que salvaguardamos o património das Sete Fontes". 

Notícia Jornal I - 14/01/2019

 Para Ermelando Sequeira, " a tentativa desmesurada de cumprir promessas eleitoralistas não pode ser levada a cabo a todo o custo e, pelo desespero de cumprirem essas promessas, engendrou-se uma convenção maquiavélica, deitando fora milhares de horas de estudo e planeamento por parte dos técnicos da Câmara de Braga, desrespeitando o trabalho e esforço de todos os que colaboraram assim para a produção do existente". Para o efeito, denuncia, "foram contratados "gurus" por milhares de euros, especialistas para trabalharem nesta temática". 

Notícia Completa Jornal I - 14/01/2019


Link da notícia completa: https://ionline.sapo.pt/642022

sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

Não vale tudo, não pode valer tudo!



Os proprietários dos terrenos das Sete Fontes, lugar classificado a 25 de maio de 2011 como Monumento Nacional, não aceitam aquilo a que chamam de “confisco” que a Câmara de Braga quer levar a cabo.


Recentemente, o autarca da maioria de direita da Câmara Municipal de Braga (CMB), Ricardo Rio, disse que “em 2019 iria avançar o processo de aquisição dos terrenos necessários para a construção do parque eco monumental das Sete Fontes”. Defendeu, ainda, a legalidade do processo quando desclassificou os terrenos das Sete Fontes.
Notícia Diário do Minho a 10/01/2019 Veja em: http://bit.ly/Diário-do-minho-notícia7fontes

Ora, na verdade, e contrariamente à informação publicada no “O Minho”, os terrenos da Vilaminho não foram desclassificados, foram sim “alterados de área urbanizável para área urbana, estando estes terrenos inseridos na área de expansão e desenvolvimento da cidade”, refere a Vilaminho, proprietário de várias parcelas de terreno nas Sete Fontes.


Este proprietário “repudia” ainda as afirmações veiculadas pela CMB, através de Paulo Viana, de “total inércia” durante 11 anos. “Como é fácil de comprovar, até 2005 a Vilaminho encontrava-se num processo de definição das confrontações dos seus terrenos juntamente com outros proprietários”, afirma a Vilaminho, acrescentando ainda que “respeitou o processo em curso” e, assim, logo que este foi concluído, “iniciou a apresentação de vários projetos junto da CMB”.


“Consideramos que as afirmações da CMB pretendem apenas criar ruído, fugindo desta forma à verdade, até porque a mesma tinha conhecimento do processo de definição das confrontações”, volta a sublinhar a Vilaminho.

Segundo este proprietário, o atual executivo “definiu a construção do Ecoparque como prioritária, suspendeu o PDM na área do plano de pormenor das Sete Fontes logo em 2013”,  mas, decorridos mais de cinco anos, “ainda não o aprovou e, mais grave, nem sequer se sabe em que fase está”.


“Não vale tudo, não pode valer tudo”, afirma a Vilaminho.

Notícias sobre este mesmo assunto publicadas: 


quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

Continuamos à espera...até quando?

 A 18 outubro de 2017 a Vilaminho reuniu com o Presidente da Junta de Freguesia de S. Vítor, Dr. Ricardo Silva, no sentido de o sensibilizar para a urgência da limpeza de terreno nas Sete Fontes, mais concretamente, limpeza do caminho público que fica a norte/nascente das propriedades, com acesso pela Travessa Rafael Bordalo Pinheiro. 


Estado atual do caminho público nas 7 Fontes.

Sendo esta uma responsabilidade camarária, e por indicação do Presidente da Junta de Freguesia, a Vilaminho formalizou este pedido junto da Câmara Municipal de Braga, dando entrada, a 24 de outubro de 2017, no Balcão Único, com o registo n.º PED/17008/2017, pedido endereçado ao Senhor Presidente da Câmara Municipal de Braga, com conhecimento do Sr. Presidente da Junta de Freguesia de S. Vítor, referindo os seguintes pontos:

   
  •  A Vilaminho é proprietária dos terrenos designados por Quinta de Chedas e Campo da Bouça, respetivamente descritos na conservatória do registo predial sob os números 1460 e 1459;
  •   O acesso aos terrenos é feito pelo caminho público que fica a norte/nascente das propriedades e que deriva da Travessa Bordalo Pinheiro;
  •   Tal caminho encontra-se há vários anos necessitado de limpeza e manutenção;
  •   À data de hoje o caminho encontra-se completamente intransitável devido à densa vegetação que o colmata e aos profundos regueiros existentes que fazem com que na época das chuvas mais pareça um riacho;
  
  • O facto da intransitabilidade do caminho faz com que tenhamos que aceder à parcela da Quinta de Chedas pelo terreno confinante e, para isso, ficamos sujeitos à boa vontade do vizinho para nos conceder permissão para esse efeito;
  •  Até à data temos cumprido as nossas obrigações com a limpeza do terreno, mesmo sujeito às condicionantes e transtornos que não são supostas, enquanto munícipes, tal como todos os outros, com direito de acesso às suas propriedades, nem que seja em condições mínimas de segurança na transitabilidade;
   
  •   De revelar que estamos perante terrenos envolvidos por vegetação e perigosidade de incêndios, de modo que, nas condições existentes do caminho, o acesso a veículos de combate a incêndio também está fortemente comprometido;
  •  Resulta ainda da intransitabilidade do caminho que vários transeuntes invadam propriedades privadas para fazerem passagens e, no nosso caso, vandalizem a vedação do terreno (já fizemos duas queixas formais na polícia), com prejuízos repetidos para nós;
  •  Na perspetiva da resolução deste problema, por duas vezes reunimos com o Sr. Presidente da Junta de Freguesia de S. Vítor, a última no passado dia 18;
  •  Em face da urgência da resolução deste problema de intransitabilidade, crendo que a principal competência passar pela Câmara Municipal, optamos por também nos dirigirmos por esta via ao Sr. Presidente Ricardo Rio.
   


A Vilaminho certa de que o estado intransitável do referido caminho se devia a desconhecimento do Sr. Presidente, por esse meio solicitou que a CMBraga tomasse as devidas diligências para que os trabalhos de limpeza e terraplanagem fossem feitos no mais curto espaço de tempo possível, de modo a que o mesmo pudesse servir a utilização dos munícipes.
Na verdade, este pedido não teve, como foi possível verificar durante meses, qualquer andamento. Este alheamento dos deveres camarários conduziu, pois, a um agravamento da situação verificada.
Por ocasião de envio de resposta a um ofício da CMBraga referente a outro processo, a Vilaminho inquiriu a CMBraga sobre o estado do pedido apresentado, tendo recebido a seguinte resposta a 19 de fevereiro de 2018: “Quanto ao pedido de informação sobre o processo PED/17008/2017, cumpre informar que o mesmo se encontra para análise na Direção Municipal de Urbanismo, Ordenamento e Planeamento – Divisão de Planeamento Revitalização e Regeneração Urbana, a quem faremos um reforço do pedido de intervenção com a maior brevidade possível”.




Após as iniciativas referidas, e de um último contacto efetuado a 3 de setembro de 2018, foram efetuados, durante o mês de outubro, alguns trabalhos de limpeza, pela CMBraga, no caminho público a norte/nascente das propriedades. Apenas alguns, porque os trabalhos cingiram-se ao corte da vegetação no terreno, mas não foi realizada nenhuma intervenção no sentido de eliminar os profundos regueiros existentes que, tal como foi referido na primeira carta, fazem com que nesta época das chuvas mais pareça um riacho, não estando reunidas condições mínimas de segurança de transitabilidade. Desta forma, é impreterível que seja realizada uma intervenção de fundo que remova o restante lixo (resíduos comuns, resto de material de obras, entre outros) presentes no caminho público, elimine e nivele os “buracos” existentes.

Neste sentido, a Vilaminho dirigiu nos passados dias 22 de outubro, 19 de novembro e 5 de dezembro, carta à Câmara Municipal de Braga, com o conhecimento da Junta de Freguesia de S. Vítor, apelando a uma rápida intervenção. 

Continuamos à espera … 


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