sexta-feira, 29 de março de 2019

Os lesados das Sete Fontes e a passividade da Câmara de Braga



A Câmara Municipal de Braga deve ser um “case study” único nas autarquias portuguesas: há seis anos que anda a anunciar à imprensa e à população a criação de um parque verde nas Sete Fontes, mas não tem na sua posse um único metro quadrado de terreno para poder plantar uma árvore. Como denunciou Bernardette Fernandes, “a Câmara de Braga pretende fazer o Ecoparque das Sete Fontes à custa dos proprietários dos terrenos”. Mas há um detalhe: os proprietários não estão para aí virados. E com toda a razão.



Notícia no Jornal de Notícia 24 Março de 2019 

Sendo a terceira maior proprietária de terrenos, que a Câmara Municipal de Braga pretende utilizar a “custo zero” para o prometido parque verde, Bernardette Fernandes é, portanto, uma das várias pessoas lesadas das Sete Fontes.
Tal como Bernardette existem outros lesados, de que é exemplo mais mediático o empresário Ermelando Sequeira, do Grupo VILAMINHO, que andou vários anos a tentar licenciar uma urbanização nas Sete Fontes, respeitando o índice de edificabilidade contemplado no Plano Diretor Municipal (PDM), sem, contudo, o conseguir.
Hoje podemos dizer que Ermelando Sequeira andou ao engano, tendo sido, por isso, destratado pelo Município de Braga, algo que o seu trabalho de décadas como empresário, acrescentando valor à cidade e ao concelho, não merecia.

Mais recentemente, o empresário da VILAMINHO recorreu a dois gabinetes de arquitetura, como forma de provar ao município e à cidade que é perfeitamente possível compatibilizar a preservação do Monumento das Setes Fontes com a valorização da zona envolvente através da construção de edifícios e equipamentos.


Recentemente, a Câmara de Braga apresentou aquilo que deveria ser um projeto para o Parque das Sete Fontes, mas o que todos viram, numa sessão em que o Presidente da Câmara Municipal primou pela ausência, foi mais uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma.

Notícia no Jornal de Notícia 24 Março de 2019 


Tudo muito enviesado, ideias requentadas há anos e nada de datas concretas. Uma tremenda falta de compromisso com todos os interessados: com os proprietários dos terrenos, com os bracarenses e com a cidade!

O motivo é simples: como temos visto na imprensa nacional, a Câmara Municipal de Braga está atolada em dívidas e compromissos de longo prazo e tem de enfrentar inúmeros casos de indemnização cível nos tribunais. E está sem dinheiro para criar o Parque das Sete Fontes.

Depois, há uma coisa que é elementar: podemos recorrer às artimanhas dos gurus, comprando os seus serviços, mas jamais poderemos comprar a coragem política, assim como não podemos comprar a capacidade de decidir, a capacidade de dialogar ou a capacidade de negociar! Estas capacidades ou temos ou não temos.

É por isso que, 6 anos após Ricardo Rio ter sido eleito presidente pela primeira vez, não há nada de concreto nas Sete Fontes, nem haverá nos próximos anos.


Afirmações do Eng. Artur Feio no Correio do Minho

Os proprietários e a Câmara Municipal continuam de candeias às avessas e o processo ameaça prolongar-se no tempo, dada a morosidade dos calendários judiciais.
Estamos, por isso, num impasse, à espera que a voz dos tribunais se faça ouvir. Os proprietários têm sérias razões de queixa. Eles são os lesados das Sete Fontes. E não são ouvidos por causa de uma atitude cega e obstinada dos responsáveis pelo Urbanismo de Braga, que nem sequer aceitam propostas alternativas, como aquelas que foram apresentadas por dois arquitetos convidados pela VILAMINHO, que elaboraram estudos que apontam para um parque verde ainda maior do que aquele que é falado pela Câmara Municipal, compaginando a preservação ambiental e cultural com o cumprimento do PDM que durante muitos anos vigorou no local.

Afirmações do Eng. Artur Feio no Correio do Minho





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