terça-feira, 9 de abril de 2019

ARQUITETO DANIEL MONTEIRO, AUTOR DE UM PROJETO ALTERNATIVO, AFIRMA “CÂMARA E VILAMINHO DEFENDEM IDEIAS IDÊNTICAS PARA AS SETE FONTES”



Imagem 3D - Arq. Daniel Monteiro 


























Depois de tornar públicas as linhas principais do plano municipal para os terrenos das Sete Fontes, o arquiteto paisagista Daniel Monteiro, que é autor de um projeto encomendado pela VILAMINHO para aqueles terrenos, não tem dúvidas: “A Câmara Municipal de Braga e a VILAMINHO defendem ideias idênticas para as Sete Fontes”.

Então, e o que falta agora para um acordo entre a autarquia e os proprietários dos terrenos? “O que é importante é que as partes consigam sentar-se à mesa”, considera o arquiteto, cujo parque verde que desenhou para as Sete Fontes é maior do que aquele que é proposto pela Câmara Municipal.


Imagem 3D - Arq. Daniel Monteiro 

PERGUNTA – Em cerimónia ocorrida no Museu D. Diogo de Sousa, no início de março, foram dados a conhecer os estudos da Câmara Municipal de Barga para os terrenos das Sete Fontes. Considera que o pelouro do Urbanismo já deveria ter ideias mais concretas em relação ao projeto do Parque das Sete Fontes?

DANIEL MONTEIRO – Não estive presente na apresentação, que decorreu no Museu D. Diogo de Sousa. Tive a oportunidade, posteriormente, de a ver em vídeo, mas, infelizmente, as imagens estavam centradas nos oradores, não mostrando os esquemas que estavam a ser projetados, pelo que só posso responder baseado no que ouvi.
Como é natural, não conheço os termos contratuais que existem com a equipa que trabalha para a Câmara Municipal de Braga, nomeadamente o calendário de execução da proposta, se é que a Câmara Municipal contratualizou a execução de alguma proposta.
Assim sendo, e tendo em linha de conta que a vontade de ter um Parque Urbano nas Sete Fontes é uma promessa e um desejo antigo da Câmara, como cidadão, sim, acho que já deveria existir uma proposta formalizada, como técnico, em consciência, não posso responder porque, como disse, não conheço a forma como o processo se está a desenrolar dentro da Câmara Municipal que, naturalmente, e sendo uma instituição pública, tem tempos e processos diferentes daqueles que estão presentes numa contratação  particular.



Imagem 3D da proposta do Arq. Daniel Monteiro

P. – A verdade é que verificamos que o projeto que o arq. Daniel Monteiro elaborou, a pedido da VILAMINHO, contempla as ideias de preservação cultural e ambiental que os técnicos municipais preconizam. Ficou também com essa opinião?

DANIEL MONTEIRO – Nos estudos que elaborei, pautei as minhas propostas por objetivos de preservação ambiental e patrimonial, produzindo uma proposta de parque e também uma proposta de qualificação urbana. E penso que foram contempladas as ideias de preservação cultural e ambiental que os técnicos municipais também preconizam.
Em boa verdade, nomeadamente ouvindo o prof. Jorge Carvalho, pareceu-me que ele poderia estar a falar da proposta da VILAMINHO. Não estava com certeza, mas parecia, dado que a argumentação apresentada é idêntica à que utilizamos na justificação da nossa proposta para o Parque das Sete Fontes.
Isso deixou-me agradado porque parece-me que o objetivo de fazer uma proposta que servisse de base de discussão e, desejavelmente, de consenso, entre o meu cliente e a Câmara Municipal foi atingido. Assim, a discussão, de facto, aconteça. 


Imagem 3D da proposta do Arq. Daniel Monteiro

P. – O que é que é preciso para as partes se sentarem à mesa?

DANIEL MONTEIRO – Do ponto de vista conceptual existe uma aproximação muito clara, como já referi. Isso era o essencial. Agora, o que é importante é que as partes consigam sentar-se à mesa. Como bracarense adotivo, que aqui vivo e trabalho há mais de 30 anos, e também como arquiteto paisagista, ficaria muito feliz se fosse possível encontrar um consenso nas Sete Fontes e que as ideias que preconizo fossem tidas em conta. Seria bom para todos: para a Câmara Municipal, para a cidade e para os proprietários.

Imagem 3D da proposta do Arq. Daniel Monteiro
P. – A salvaguarda e valorização das Sete Fontes como parque urbano implica que a população usufrua dele, preconizam os técnicos municipais. Além disso, para que a segurança seja uma realidade no parque é necessário que a presença humana seja uma realidade. Estas ideias vão de encontro ao projeto alternativo que o senhor arquiteto elaborou a convite da VILAMINHO, contemplando uma harmonização entre o espaço verde e a construção?

DANIEL MONTEIRO – Remeto para as palavras do Prof. Jorge Carvalho [arquiteto contratado pela Câmara Municipal de Braga], quando se refere à necessidade de uma “moldura edificada que qualifique e dignifique o parque, até por questões de segurança”.
Estamos a falar de um Parque Urbano, ora um Parque Urbano tem que existir na e com a urbe, com a cidade, ainda que com ela não se confunda. Naturalmente as condições de segurança e inserção no meio urbano existem, isso radica no próprio conceito.

Imagem 3D da proposta do Arq. Daniel Monteiro


P. – Há quem defenda a necessidade de encontrar equilíbrios económicos que ajudem a pagar o futuro Parque das Sete Fontes. O projeto da VILAMINHO contempla esses equilíbrios?

DANIEL MONTEIRO – Acredito que sim. Mas, como tive oportunidade de referir anteriormente, existe uma componente de proposta e aceitação de condições que dizem respeito à Câmara Municipal e aos proprietários, e esse é um campo ao qual não sou chamado.
Não tenho a veleidade de pensar que a proposta que apresentei é imutável. É uma proposta que considero equilibrada. E isso significa que com ela é também possível atingir o equilíbrio económico, que, utilizando palavras do prof. Jorge Carvalho “ajuda a pagar o parque”.





Imagem 3D da proposta do Arq. Daniel Monteiro


1 comentário:

  1. Acabo de ver o projecto apresentado pelo arquitecto paisagista.
    Uma obra completamente desadequada de um parque que pode ser a figura central da cidade.
    Por todo o mundo existem parques dentro das cidades para fugir à selva de betão e alcatrão.
    O parque da cidade no Porto, Famalicão, Monsanto em Lisboa.
    Tantas ideias que viriam como por exemplo: anfiteatro natural, parque de manutenção, parque infantil...
    Claramente foi um projecto a pensar no lucro para a empresa Vilaminho.

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