terça-feira, 27 de novembro de 2018

Junta de S. Vítor quer diálogo entre a Câmara e proprietários



O presidente da Junta de Freguesia de S. Vítor, Ricardo Silva, vai solicitar ao seu homólogo da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio, uma reunião com os proprietários dos terrenos envolventes ao monumento das Sete Fontes com o objetivo de “abrir as portas do diálogo e da negociação” na questão dos terrenos necessários para o prometido ecoparque.Nesta segunda-feira, 26 de novembro, o presidente da Junta de S. Vítor recebeu os proprietários dos terrenos das Sete Fontes que estão inseridos na área projetada do ecoparque que a Câmara Municipal de Braga pretende criar (ver foto).Os proprietários tiveram oportunidade de apresentar os seus pontos de vista, sempre favoráveis à preservação e valorização do património arqueológico, cultural e histórico das Sete Fontes existente, manifestando estarem disponíveis para ceder os terrenos para o referido ecoparque, no entanto, mediante um preço justo.

DESELEGÂNCIA, DESONESTIDADE E COAÇÃO

O empresário Veloso de Azevedo, o maior proprietário, com 7,5 hectares, foi bastante crítico em relação ao posicionamento da Câmara Municipal neste processo. “Acho isto tudo uma deselegância atroz”, comentou, considerando que a oferta de 10 euros por metro quadrado, que a autarquia propõe para adquirir os terrenos, não é uma proposta séria. “Tem havido um silêncio municipal que tem por objetivo esperar pela próxima revisão do PDM para retirar a capacidade construtiva. Isto não é sério. É uma desonestidade”, afirmou Veloso de Azevedo.Ao seu lado, outros proprietários, como o empresário Ermelando Sequeira, explicaram ao presidente da Junta de Freguesia que não poderiam ficar impávidos e tranquilos perante a proposta da Câmara Municipal, que, no fundo, quer que os proprietários suportem financeiramente a criação do parque, ao oferecer um valor inconcebível pela expropriação dos terrenos."Quando a Câmara de Braga diz que os donos dos terrenos estão a boicotar a execução do parque, isto não é verdade, porque o senhor presidente da Câmara recusa-se a negociar, recusa-se a aceitar o pedido de expropriação dos donos dos terrenos em tribunal e não aceita um tribunal arbitral", argumentou Ermelando Sequeira, do grupo Vilaminho.
Manuel Sampaio, representante de uma família que ali tem terrenos há mais de um século, revelou ter sido alvo de “coação” por parte da Câmara Municipal: “Dizem-nos para aceitar os 10 euros porque será pior se não aceitarmos.”
“Temos de ser compensados no justo valor que a lei prevê”, defendeu, por seu turno, a proprietária Bernardette Fernandes, que pede em tribunal uma indemnização superior a 2 milhões de euros.
 
JUNTA DE S. VÍTOR SEM INFORMAÇÃO

Os proprietários realçaram a postura de falta de diálogo adotada pela Câmara Municipal de Braga, o que surpreendeu o presidente da Junta, que, não obstante representar mais de 30 mil pessoas que vivem na maior freguesia bracarense, não tem sido ouvido nesta matéria. “A Câmara Municipal de Braga não tem dado à Junta de S. Vítor conhecimento sobre o que se passa nas Sete Fontes. E está a desenvolver uma estratégia que nenhum dos proprietários dos terrenos sabe qual é”, lamentou Ricardo Silva, adiantando que “tem que haver gente com capacidade de se sentar à mesa e ouvir os proprietários”.O presidente da Junta disponibilizou-se para ser “agente de comunicação com a Câmara Municipal”, para o que irá solicitar uma reunião juntando as partes envolvidasNa reunião com o autarca de S. Vítor, foram apresentadas as propostas que os proprietários, oportunamente, expuseram à Câmara Municipal de Braga com o intuito de chegar a um entendimento e permitir que o processo se desenvolvesse de forma mais célere e justa, sendo que da parte da Câmara não existiu qualquer abertura para acolher e debater essas ideias.

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