Imagem 3D - Arq. Daniel Monteiro |
Depois de tornar públicas as linhas principais do plano municipal para os terrenos das Sete Fontes, o arquiteto paisagista Daniel Monteiro, que é autor de um projeto encomendado pela VILAMINHO para aqueles terrenos, não tem dúvidas: “A Câmara Municipal de Braga e a VILAMINHO defendem ideias idênticas para as Sete Fontes”.
Então, e o que falta agora para um acordo entre a autarquia e os proprietários dos terrenos? “O que é importante é que as partes consigam sentar-se à mesa”, considera o arquiteto, cujo parque verde que desenhou para as Sete Fontes é maior do que aquele que é proposto pela Câmara Municipal.
Imagem 3D - Arq. Daniel Monteiro |
PERGUNTA
– Em cerimónia ocorrida no Museu D. Diogo de Sousa, no início de março, foram
dados a conhecer os estudos da Câmara Municipal de Barga para os terrenos das
Sete Fontes. Considera que o pelouro do Urbanismo já deveria ter ideias mais
concretas em relação ao projeto do Parque das Sete Fontes?
DANIEL MONTEIRO – Não estive presente na
apresentação, que decorreu no Museu D. Diogo de Sousa. Tive a oportunidade,
posteriormente, de a ver em vídeo, mas, infelizmente, as imagens estavam
centradas nos oradores, não mostrando os esquemas que estavam a ser projetados,
pelo que só posso responder baseado no que ouvi.
Como é natural, não conheço os termos
contratuais que existem com a equipa que trabalha para a Câmara Municipal de
Braga, nomeadamente o calendário de execução da proposta, se é que a Câmara
Municipal contratualizou a execução de alguma proposta.
Assim sendo, e tendo em linha de conta que a
vontade de ter um Parque Urbano nas Sete Fontes é uma promessa e um desejo
antigo da Câmara, como cidadão, sim, acho que já deveria existir uma proposta formalizada,
como técnico, em consciência, não posso responder porque, como disse, não
conheço a forma como o processo se está a desenrolar dentro da Câmara Municipal
que, naturalmente, e sendo uma instituição pública, tem tempos e processos
diferentes daqueles que estão presentes numa contratação particular.
Imagem 3D da proposta do Arq. Daniel Monteiro |
P. – A
verdade é que verificamos que o projeto que o arq. Daniel Monteiro elaborou, a
pedido da VILAMINHO, contempla as ideias de preservação cultural e ambiental
que os técnicos municipais preconizam. Ficou também com essa opinião?
DANIEL MONTEIRO – Nos estudos que elaborei,
pautei as minhas propostas por objetivos de preservação ambiental e patrimonial,
produzindo uma proposta de parque e também uma proposta de qualificação urbana.
E penso que foram contempladas as ideias de preservação cultural e ambiental
que os técnicos municipais também preconizam.
Em boa verdade, nomeadamente ouvindo o prof.
Jorge Carvalho, pareceu-me que ele poderia estar a falar da proposta da
VILAMINHO. Não estava com certeza, mas parecia, dado que a argumentação
apresentada é idêntica à que utilizamos na justificação da nossa proposta para
o Parque das Sete Fontes.
Isso deixou-me agradado porque parece-me que
o objetivo de fazer uma proposta que servisse de base de discussão e, desejavelmente,
de consenso, entre o meu cliente e a Câmara Municipal foi atingido. Assim, a
discussão, de facto, aconteça.
Imagem 3D da proposta do Arq. Daniel Monteiro |
P. – O
que é que é preciso para as partes se sentarem à mesa?
DANIEL MONTEIRO – Do ponto de vista
conceptual existe uma aproximação muito clara, como já referi. Isso era o
essencial. Agora, o que é importante é que as partes consigam sentar-se à mesa.
Como bracarense adotivo, que aqui vivo e trabalho há mais de 30 anos, e também
como arquiteto paisagista, ficaria muito feliz se fosse possível encontrar um
consenso nas Sete Fontes e que as ideias que preconizo fossem tidas em conta.
Seria bom para todos: para a Câmara Municipal, para a cidade e para os
proprietários.
Imagem 3D da proposta do Arq. Daniel Monteiro |
P. – A
salvaguarda e valorização das Sete Fontes como parque urbano implica que a
população usufrua dele, preconizam os técnicos municipais. Além disso, para que
a segurança seja uma realidade no parque é necessário que a presença humana
seja uma realidade. Estas ideias vão de encontro ao projeto alternativo que o
senhor arquiteto elaborou a convite da VILAMINHO, contemplando uma harmonização
entre o espaço verde e a construção?
DANIEL MONTEIRO – Remeto para as palavras do
Prof. Jorge Carvalho [arquiteto contratado pela Câmara Municipal de Braga], quando
se refere à necessidade de uma “moldura edificada que qualifique e dignifique o
parque, até por questões de segurança”.
Estamos a falar de um Parque Urbano, ora um
Parque Urbano tem que existir na e com a urbe, com a cidade, ainda que com ela
não se confunda. Naturalmente as condições de segurança e inserção no meio
urbano existem, isso radica no próprio conceito.
Imagem 3D da proposta do Arq. Daniel Monteiro |
P. – Há
quem defenda a necessidade de encontrar equilíbrios económicos que ajudem a
pagar o futuro Parque das Sete Fontes. O projeto da VILAMINHO contempla esses
equilíbrios?
DANIEL MONTEIRO – Acredito
que sim. Mas, como tive oportunidade de referir anteriormente, existe uma
componente de proposta e aceitação de condições que dizem respeito à Câmara
Municipal e aos proprietários, e esse é um campo ao qual não sou chamado.
Não tenho a veleidade de
pensar que a proposta que apresentei é imutável. É uma proposta que considero equilibrada.
E isso significa que com ela é também possível atingir o equilíbrio económico,
que, utilizando palavras do prof. Jorge Carvalho “ajuda a pagar o parque”.
Imagem 3D da proposta do Arq. Daniel Monteiro |
Acabo de ver o projecto apresentado pelo arquitecto paisagista.
ResponderEliminarUma obra completamente desadequada de um parque que pode ser a figura central da cidade.
Por todo o mundo existem parques dentro das cidades para fugir à selva de betão e alcatrão.
O parque da cidade no Porto, Famalicão, Monsanto em Lisboa.
Tantas ideias que viriam como por exemplo: anfiteatro natural, parque de manutenção, parque infantil...
Claramente foi um projecto a pensar no lucro para a empresa Vilaminho.